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Hagatsune

Capítulo 2: Camael - Ter Fev 07, 2017 1:24 am

#original

Os guardas não atacavam e não recuavam, porém esperavam qualquer brecha que o vampiro pudesse dar. Enquanto isso, ele tentava pensar numa boa estratégia para sair dali quando ele viu uma pequena saída de ar. Era óbvio, afinal aquele lugar não tinha janelas, tinha que ter um meio de entrar ar ou os humanos não resistiriam ali. Olhou para os guardas sorrindo de leve, arrumando a garota nos braços.

-Ok. –Disse de antemão jogando a garota para cima deles; ganhando tempo suficiente para se transformar em névoa e sair pelo duto de ar.
-Grupo Beta e Ômega fiquem em alerta! Ele fugiu pelos dutos de ar! -Informava o líder daqueles soldados pelo rádio para os outros grupos que faziam guarda e ronda dentro e fora do edifício. –Não podemos deixar ele sair!
Os dutos eram mais confusos do que aqueles corredores imensos de onde estava. Já tinha perdido as contas de quantas vezes virou e seguiu reto, nem sabia se estava indo em círculos ou se estava na direção certa. Por vezes viu algumas salas, talvez ao lado da que ficou trancado, ou não, porém as luzes do alarme iluminavam. Continuou o caminho até que finalmente chegou numa subida e quando chegou ao final desta, viu pelas frestas uma sombra de alguém parado na frente da saída e mais a frente um corredor.
Começou a sair de leve por entre as frestas como se fosse poeira, já que sua coloração era negra. Conforme saía, grudava na parede como uma sombra, adentrando dentro da sombra do guarda para se esconder de algum outro que passasse por ali e assim que se juntou completamente na sombra, olhou para ele com seus olhos vermelhos. Um guarda surgiu ao virar de um corredor paralelo e viu um par de olhos vermelhos saindo da sombra do guarda, sua arma em mãos começou a tremer e olhou apavorado para o guarda que estava na frente da saída do duto. O guarda começou a olhar para o outro sem entender o que ele tinha, sentindo a espinha gelar e um receio grande tomar conta de seu ser.

-O-o-olha a-a-atrás de v-você! –Gaguejava mais do que tremia, apontando para atrás do outro.

Assim que o guarda ameaçou virar, o vampiro o pegou grudando-o contra a parede e saindo um pouco para mordê-lo no pescoço. O guarda gritava apavorado enquanto tentava se soltar. O vampiro olhava para o outro guarda que via tudo aquilo, analisando seus movimentos, mas se aproveitando do pavor deste. Conseguindo terminar de se alimentar, soltou o guarda, que caiu no chão completamente inerte e voltou para a sombra. O guarda que via pareceu sair do transe e começou a disparar contra a parede em que o vampiro estava, porém tudo o que ele via era seu vulto se esquivando dos tiros. Era uma sombra completamente assustadora, diferente do vampiro normal, sua sombra tinha o rosto mais alongado, dentes serrilhados, e asas nas costas. Depois de tanto tentar atirar no vampiro, caiu de bunda no chão enquanto via ele escapar e suspirava aliviado, porém triste olhando para o amigo inerte.
O vampiro voada pelas paredes, passando desapercebido pelos guardas e se aproveitando das sombras para ficar invisível. Agora sabia andar por aquele prédio, depois de pegar as memórias daquele soldado; fora de grande utilidade. Finalmente poderia sair dali sem mais nenhum empecilho, porém ao chegar finalmente na saída daquele lugar, parou antes de encostar no sol, a um centímetro da linha que separava a sombra da luz divina. Ficou um tempo mínimo olhando para lá fora, sem reconhecer onde estava e se lembrando de quando chegou. Definitivamente não era o mesmo lugar... pisou firme algumas vezes no chão; aquilo não era terra... e aquelas casas espichadas para cima? Voltou rapidamente para dentro, parando atrás da porta de vidro e chamando a atenção de algumas pessoas que transitavam por ali por conta de suas ações estranhas e por estar sem qualquer roupa. Respirava fundo algumas vezes, se recuperando da quase morte enquanto pensava numa estratégia para sair dali.
Voltou sua atenção ao redor ao perceber que estava chamando muita atenção, e várias mulheres o olhavam intrigadas e envergonhadas, além de cochicharem entre si, e alguns homens também olhavam de forma estranha e que fez sua espinha gelar. Suas condições não eram das melhores e também estavam sem sua roupa, arma, ou qualquer coisa que pudesse se defender, afinal, seus poderes ainda estavam fracos por anos sem se alimentar direito. Algumas memórias do guarda lhe vieram em mente como um flash e viu um local isolado com um tipo de latão sobre rodas. Ele estava parado e na sombra, não seria muito difícil se infiltrar ali. Saiu correndo pela recepção, assustando alguns que o olhavam, e atravessou o corredor em direção a escada. Não demorou para os guardas aparecerem e seguirem a onda de olhares do público, seguindo também para a escada.
O vampiro chegou primeiro no estacionamento completamente protegido do sol, porém era um lugar um tanto fedido e úmido, cheio de encanamentos e caixotes. O pequeno caminhão estava vazio e o local também, e essa foi a deixa para que ele entrasse e se escondesse nas sombras. Ali seria sua fuga daquele lugar maldito. Os guardas chegavam no estacionamento, mirando suas armas para iluminar os locais mais escuros a procura do vampiro. Andavam em ordem, em uma formação que todos se protegiam. Assim que a luz de um deles iluminou dentro do container do caminhão, viram uma pequena faísca e correram para o local, porém as portas do container se fecharam e o caminhão começou a andar de forma rápida. Os guardas correram e até atiraram algumas vezes, fazendo pequenos furos na porta do mesmo, porém nenhuma atingiu o vampiro, embora estivesse com dor e uma parte do braço queimado. Ao menos estava a salvo...
Na Sanada Tec., Nanao estava numa salinha privada, onde os guardas a deixaram ali para se recuperar; deitada numa maca. Ainda se sentia zonza, mas estava se recuperando até que rapidamente. Não demorou e outros guardas entraram com outro guarda nos ombros e o colocaram em outra maca, completamente desacordado.

-Outra vítima daquela aberração... por que eu fui escuta-lo? –Murmurou enquanto lágrimas começaram a embaçar sua visão e a rolar por sua face, molhando-a e deixando um rastro por onde passava até sumir por entre seus cabelos.

Logo a porta se abriu e um rapaz não muito mais velho que Nanao, por volta de seus 25 anos adentrou na sala. Ele tinha cabelos curtos penteados de forma rebelde e com gel, seus olhos eram de uma coloração nunca vista por Nanao, vermelho-alaranjados, e seu porte físico era bem saudável e ereto. Ele vestia uma roupa branca como se fosse um jaleco e olhava atento para os dois que estavam na sala.

-Então vocês foram as vítimas... –Disse de uma forma estranha, parecia normal para ele falar aquele tipo de coisa, e seu sorriso... Era algo como cinismo.
-M-me desculpe! Eu não queria!! –O desespero bateu e ela praticamente implorava por sua vida, ali deitada mesmo enquanto chorava mais compulsivamente.
-Humf... –Ele suspirava enquanto se aproximava do homem e assim que o olhou, posicionou suas mãos nas laterais de sua cabeça e a girou, estalando-o e quebrando seu pescoço.
-Ai meu Deus! Tenha clemencia de mim!! Não me mate por favor! –Gritava desesperada, principalmente depois do que presenciou.
–Sinto muito querida... –Se aproximou dela, mas assim que a olhou arregalou os olhos e depois sorriu mais abertamente.

O homem ruivo se afastou dela em silêncio e saiu da sala, fechando a porta atrás de si e indo embora. Ela ouvia seus passos se afastando e incrédula com o que havia acontecido ali, tentou se levantar para fugir, porém seu corpo não se movia ainda. Era como se estivesse dormente, mas não se sentia mais fraca. Olhou para o guarda que estava ao seu lado e viu sua feição. Seus olhos estavam arregalados estranhamente, sua boca completamente aberta e seus dentes estranhos. Em seus olhos ela via o vazio, estavam revirados e sem vida. A estranha sensação a fez se afastar e parar de olhar para ele; com certeza teria pesadelos com aquilo...

O tempo passava, e ninguém mais entrou na sala para vê-los, porém agora ela conseguia se mover, e se sentou primeiramente. Respirava fundo, queria sair logo dali e rezava para que não achassem que ela o havia matado. Desceu da maca com cuidado, mas assim que pisou no chão, uma mão a segurou pelo pulso a impedindo de continuar. Deu um grito com o susto e olhou para trás instintivamente, vendo o guarda praticamente jogado para cima da sua maca e com sua cabeça pendida para o lado. Gritou mais tentando se soltar enquanto as lágrimas voltavam a descer pelos olhos e tentava se soltar puxando fortemente seu braço, porém só o machucando.
A porta foi aberta abruptamente e um tiro foi disparado, acertando no meio da testa do guarda, fazendo-o soltar a garota e cair entre as duas macas. Nanao se quer esperou, saiu correndo passando pelo seu salvador. Queria sair dali o mais rápido possível. Só podia ser um pesadelo aquilo, e dos piores! Ninguém a impediu e se quer perguntou algo, ela somente corria desesperadamente para a saída do prédio; chorando.
Quando finalmente saiu do prédio, já estava noite, mal sabia o horário, mas também pouco importava. Só queria voltar para casa, dormir, e esquecer aquele dia, ou quem sabe, acordar. Um táxi parou na frente da entrada do prédio, e sem se quer saber se tinha cliente ali dentro, abriu a porta e entrou, assustando o motorista.

-Para onde senhorita? –Perguntou ao se recuperar do susto e a olhou pelo retrovisor.
-Para este endereço, por favor... –Pegou um cartão de dentro da bolsa onde tinha seu endereço escrito.

Não demorou para o táxi iniciar a partida, e quanto mais ele distanciava, mas a garota se sentia mais aliviada. Era como acordar de um pesadelo, sem necessariamente acordar. Seus olhos não saíam do prédio da Sanada Tec., que ela acompanhava pelos retrovisores até finalmente perde-lo de vista assim que o carro virou uma rua. Dali em diante o caminho foi tranquilo e silencioso, somente a rádio quebrava um pouco o clima, fazendo-a parar de pensar em tudo o que aconteceu naquele dia tão esquisito. Com aquela distração, nem notou quando chegaram na frente de seu prédio, e permaneceu olhando para o rádio como se estivesse hipnotizada, só voltando a realidade quando ouviu a voz do motorista a chamando.

-Tudo bem senhorita? –Perguntou de forma preocupada olhando para a garota ao se virar no banco da frente.
-Esta... –Respondeu o olhando, mas parou de falar ao ver as feições do guarda no rosto dele. Aqueles olhos sem vida, a cabeça pendida, a boca aberta. Deu um berro e saiu correndo de dentro do carro, em completo desespero, adentrando no prédio onde morava às pressas.

Correu tanto que quando reparou estava na frente da porta de seu apartamento. A destrancou e entrou, fechando a porta às sete chaves e se sentou ali mesmo. Seu corpo tremia por inteiro, suava frio e olhava para todos os cantos da casa em completo terror de ver algo. Para seu pânico, a campainha tocou e lentamente ela se levantou e olhou pelo olho mágico para ver quem estava do outro lado da porta. Era o taxista.

-Moça! Você não me pagou! –Dizia ele batendo na porta de forma insistente.

Abriu a porta ainda receosa, mas assim que viu o rapaz se acalmou, foi até um móvel onde tinha um vazo de planta em cima e uma única gaveta, a abriu e retirou o dinheiro, voltando assim para o rapaz. Ao voltar a olhar para ele, viu aquele vampiro a olhando, com aquele sorriso macabro e soltou o dinheiro no chão, ficando paralisada, com seus olhos arregalados e suas mãos tremendo. O homem pegou o dinheiro, achando estranho o comportamento dela, e saiu dali sem falar nada e de forma rápida. Em seguida que ele saiu, Nanao trancou a porta novamente, porém desta vez foi para dentro da casa, estava com fome, mas não tinha vontade de preparar nada, só queria dormir.
Foi para seu quarto, acendeu a luz, se despiu, colocou seu pijama e simplesmente se jogou na cama de qualquer jeito, sem se importar se no dia seguinte acordaria dolorida ou não. Só queria acabar logo com aquele dia. A luz permaneceu acesa, a porta aberta, a janela encostada, a cortina presa, e seu corpo largado.

Não muito longe, um caminhão parava em um estacionamento de uma fábrica. Seu motor parou de roncar e tremer, ficando tudo mais silencioso. O vampiro ouvia todos os ruídos daquele lugar, desde madeira podre a até pequenos bichos andando. O motorista logo se afastou dali cansado do trabalho e quando o vampiro não o escutou mais, se transformou em névoa e saiu pelos buracos das balas na porta do container. Respirou fundo, como a tempos não fazia, inspirando aquele ar da noite, um pouco mais fedido do que se lembrava, mas ainda assim, saudoso. Observou ao redor, não sabia onde estava, porém lembrou-se de uma certa garota, a qual passou um pouco de mais tempo e sorriu, sumindo na escuridão.

Já era mais de meia noite, e Nanao acordou levemente de seu sono, se remexendo na cama e reparando que a luz do quarto ainda estava acesa. Suspirou enquanto se levantava para apagar quando ouviu um barulho em seu quarto, mais precisamente atrás de si. Assim que se virou rapidamente, deu de cara com a janela aberta e o vento entrando em seu quarto. Foi até ali para fechar, trancou-a e abriu a cortina. Ainda estava surpresa com tudo o que aconteceu... também não era para menos. Saiu do quarto em direção a cozinha, no escuro mesmo, para pegar um copo de água. Abriu a geladeira, olhou ali dentro por um tempo até achar sua garrafinha de água com bico, e fechou-a, saindo da cozinha bebendo sua água de forma relaxada e assonada. Seus cabelos estavam bagunçados, metade preso e a outra caia rebeldemente pelos ombros em pequenos embaraços, deixando-o espetado. Sua roupa estava toda amarrotada e torta, deixando um ombro a mostra por conta do tecido caído. Andava arrastando o chinelo, com preguiça de levantar os pés, e finalmente chegou em seu quarto, apagando a luz. Sentou-se na cama, deixou a garrafa no criado-mudo ao lado do relógio. Desta vez deitou-se confortavelmente na cama, queria ter uma noite de sono agradável, e fechou os olhos.
Um sopro no pescoço era de fato estranho, mas estava com preguiça de mais para abrir os olhos, porém, quando sentiu uma mão afastar uma madeixa de cabelo dali, deu um salto da cama, ficando em pé ao lado da mesma e olhando para o local que estava tentando ver algo no escuro. A única coisa que via era o escuro do quarto, do corredor, porém sentia algo ali, e sua espinha estava gelada de mais. O desespero começou a tomar conta e seu corpo começou a tremer novamente.

-Não é.… real. –Disse num murmúrio ainda olhando para o mesmo lugar, até que viu dois brilhos vermelhos. –Não... Não... NÃO!! –Os olhos sumiram e a garota ficou mais tensa ainda, se encostando na parede do quarto e abraçando o próprio corpo. Não poderia estar louca, poderia?
-Buu... –Uma voz disse em seu ouvido direito e até mesmo o hálito quente ela sentiu em seu rosto, e gritou, pulando para longe enquanto ouvia risadas.

A garota correu para a porta e acendeu a luz para que enxergasse, e em contrapartida o vampiro começou a se contorcer por causa de seus olhos que estavam preparados para enxergar no escuro.

-O que faz aqui?! –Gritou batendo os pés no chão sem acreditar que via ele..., mas agora reparando melhor ele estava nu e seu rosto ficou extremamente vermelho até que cobriu com suas mãos para não o ver.
-O que foi? –Perguntou a ela observando curioso.
–Você está nu! –Respondeu ainda com o rosto coberto.
-É claro que estou nu! Seus amigos ficaram com minha roupa. –Falou de forma tranquila como se aquilo não importasse.
-Saia da minha casa ou chamo a polícia. –
-E o que eles farão? –Retrucou sorrindo para ela esperando uma resposta que não veio. Pelo contrário, ela começou a chorar e se abaixou até sentar no chão com as pernas dobradas.
-O que quer agora...? –Perguntou com a voz trêmula e fanha.
-Preciso de mais ajuda sua. –
-O que?! Por que?! Eu já te ajudei! –Disse brava o olhando firme arrancando um sorriso satisfatório dele.
-Que ano é? –
-2030 D.C, por que? –Respondeu tentando entender aquela pergunta e o viu contar nos dedos e parar indignado.
-Humf... Fiquei preso muito tempo mesmo. Escuta... preciso que seja minha guia. –Falou sério.
-Guia?
-Não sei de nada dessa época e não posso sair de dia.
-E por que eu lhe ajudaria? –Se levantava, porém, permanecia no mesmo lugar.
-Porque tenho muitos inimigos soltos e seus amigos querem me prender ou me matar. –Cruzou os braços e sentou-se na cama dela.
-Problema seu. –Ao responder ela sentiu uma pressão em seu pescoço e seus pés pararam de tocar o chão. Ele se moveu tão rápido que ela o viu próximo de si quando sentiu a falta de ar. Seus olhos se encheram de água e sua boca se abria frenética em busca de ar.
-Eu poderia ter te matado naquela sala, era problema seu estar ali. –Disse com os caninos a mostra completamente enraivecido. As mãos dela tentavam livrar seu pescoço das fortes mãos dele, mas não conseguia nada além de risos dele. –Não vou te matar porquê ainda tenho algum coração. –Dizia enquanto a soltava e ela se punha a tossir desesperada.
-Não vai me matar porque precisa de mim! –
-Posso arranjar outro humano para te substituir. –Suspirou massageando as têmporas. –Olha garota... não farei nada com você se for boazinha. Só quero um lugar para ficar de dia.
-Tem casas abandonadas aqui perto. –Retrucou resistindo.
-Preciso de alguém para me guiar. –Ela ficou pensativa.
-Então precisaremos de regras.
-O que? –Perguntou esperando pelo que vinha enquanto se deitava na confortável cama.
-Primeira regra: Nada de me morder! Segunda regra: Você dorme na sala! Terceira regra: Não encoste em mim novamente. –Ditou observando suas feições e se irritando por não ver quaisquer alterações.
-Está bem. –Concordou prontamente se levantando da cama dela e indo em direção a porta do quarto, passando bem colado a ela e olhando-a cara a cara. –Você ainda mudará de opinião. Não sou o vilão aqui.
-Ah é? Eu mal sei seu nome e quer que eu saiba que não é o vilão? Você matou um homem!
-Matei? –Perguntou olhando-a no fundo dos olhos a deixando desconcertada. Não, não fora ele quem matou o homem..., mas quem garante que ele não matou mais alguém durante sua fuga?
-Tomoya Jin. –Respondeu enquanto se afastava e ia em direção a sala.
-Sasaki Nanao. –Se apresentou mesmo não o vendo mais e entrou no quarto, fechando a porta.

Jin olhava tudo ao redor, o mundo estava muito diferente do que se lembrava. Não viu se quer um ser sobrenatural durante seu passeio noturno, o ar estava mais fétido, o clima estava mais quente, e aquelas casas espichadas eram as piores. E aqueles latões sobre rodas? Até onde havia visto tinham criado a fotografia, que era em preto e branco, e armas de fogo. Observou alguns quadros em cima de um móvel da sala, nele tinha algumas fotos em quadros. A qualidade era perfeita, parecia retrato em pintura, colorida. A garota parecia feliz, e aqueles ao lado dela pareciam seus pais...
Um estrondo veio do quarto da garota e um grito da mesma ecoou pela casa, e Jin correu até lá, abrindo a porta e dando de cara com um rombo na parede, e um homem segurando Nanao flutuava fora da casa. A poeira dificultava um pouco, mas pelo cheiro e essência era um vampiro.

-Há quanto tempo Jin... –Falou ele com voz mansa, porém, maligna.
-Você... –Pensou. –Quem é você mesmo? –Perguntou fazendo o outro quase cair.
-Como assim quem sou eu? –Era visível que estava incrédulo, porém logo caiu na gargalhada enquanto se afastava mais da parede, voando para quase o meio da avenida. –Me encontre na fábrica abandonada. Seja rápido ou não verá sua amiguinha, não tenho muita paciência. –Despareceu assim que terminou de falar.
-Fabrica abandonada? –Olhou ao redor pelo alto, mas não viu nada que lhe ajudasse, e pulou pelo buraco mesmo, caindo no chão sem muitos problemas, usando os joelhos para amaciar o impacto.

Sentia a energia do vampiro, e isso o ajudava a encontrar o caminho, contudo, deveria ser rápido ou o rastro se perderia. Corria o máximo que conseguia, diante de sua condição, até que encontrou a fábrica; ou melhor, quatro fábricas ligadas umas às outras. Por estarem abandonadas, pedaços faltavam em sua estrutura, deixando as barras de metal a mostra, dando uma bela sena de filme de terror. A luz da lua passava por alguns buracos, deixando o interior delas mais iluminados, porém a sujeira do lugar era nojenta. Alguns animais deviam ter morrido ali, pois o cheiro de carne podre era forte e ossos estavam espalhados pelo chão.
O problema era: Não havia mais rastros do vampiro, e teria que procurar nas quatro fábricas por Nanao. O que o preocupava era o tempo, já que o outro dissera que não tinha paciência. Ele poderia fazer qualquer coisa com ela, ainda mais desmaiada, sem poder gritar. Sem ter mais opções, e preferindo não ficar parado, escolheu a dedo a fábrica que iria primeiro. Pulou por um buraco, adentrando na mesma e procurou ao redor com os olhos vermelhos. Haviam máquinas grandes, enferrujadas e a muito tempo paradas, mas um cheiro peculiar o preocupava. Seus sentidos ainda não estavam completamente despertos, se sentia muito fraco ainda, porém ao ver uma sombra atrás de si, pulou para baixo, ficando no centro da fábrica e olhou para seu agressor. Um lobo de 4 metros de altura rosnava com seus pelos eriçados e suas garras brilhosas. Ele o olhava odiosamente, e salivava de forma que escorria até pingar no chão. Ele estava na forma crinus, em que o lobisomem cria muitos pelos; músculos, cabeça de lobo, mas pode ficar bípede ou quadrúpede.
Como esperado ele uivou e pulou para o solo, fazendo Jin tampar os ouvidos enquanto se preparava para um confronto não muito agradável. Não adiantava falar com eles nesta forma, era inútil, além disso, não tinha armas ou se quer uma roupa para lhe proteger melhor. Mostrou os dentes para o lobo e afiou suas garras, esperando o primeiro ataque.
Não demorou para que o ataque viesse e o lupino saltou numa investida feroz, levando o vampiro consigo e o arrastando pela fábrica, rosnando furiosamente. Aquilo seria uma luta de bestas, logo ela ficava mais bruta, com garras faiscando na parede de metal, chão sendo marcado e quebrado, máquinas voando e batendo contra a estrutura da fábrica velha. Rosnados era o único som além dos barulhos de destruição, mas o vampiro era mais ágil que o lobo e contra-atacava com a mesma ferocidade que era atacado, mirando em partes mais sensíveis como joelho, cotovelo, pés e olhos; numa tentativa de anular seu inimigo sem se ferir.
Conforme a luta se desenrolava, o lugar virava uma armadilha em tamanho gigante, com pedaços de metal retorcido prontos para empalar alguém, e se aproveitando disso que Jin conseguiu dar uma investida contra o lobo e desequilibrá-lo. Ao ir para trás, uma barra de metal pontiaguda perfurou o tórax do lupino o fazendo grunhir alto e esguichar sangue, formando uma poça em volta. Ele tentava sair dali, mas o vampiro foi mais ágil e curvou a barra de metal, impedindo o inimigo de se livrar dela e condenando-o.
Jin também não saiu completamente ileso, alguns arranhões marcavam sua pele branca, deixando-a um pouco marcada de sangue, porém, já recuperada. Aplausos foram ouvidos e rapidamente se virou de onde vinham, vendo aquele vampiro acima do teto furado.

-Não achava que iria tão longe... –Disse rindo.
-Cadê a garota?! –Perguntou nervoso com aquela situação complicada.
-Está bem... –Desceu para o solo e se mostrou para Jin. –Só verá ela ao descobrir meu nome.
-Não sei seu nome. –Respondeu Jin observando bem os traços do vampiro à sua frente. Ele lhe era familiar... rosto fino e comprido, olhos marcantes de cor azul, cabelos longos negros, ondulados, corpo forte e magro. Ele se vestia com roupas francesas clássicas, com babados e aqueles cintos grossos de pano. Sua calça era um pouco larga e sua meia a prendia até a metade do joelho. Além disso ele usava uma espada típica da França, uma Rapier. Era uma espada fina, porém extremamente cortante.
-Pense enquanto lutamos... se não descobrir, a garota morre e você também. –Se preparava para lutar retirando a rapier da bainha.
-Não acha que está muito confiante? –Perguntou atento aos movimentos do inimigo enquanto se curvava um pouco para se defender melhor.

O vampiro avançou rapidamente, tão rápido que Jin mal teve tempo de se defender de uma estocada e já voava para trás, batendo em uma das máquinas com força, a amaçando e caindo no chão cuspindo sangue. O maldito era além de rápido, forte e ainda sabia voar, o que seria um problema... além disso, Jin não tinha quaisquer armas para se defender além dos braços. Logo que levantou, o vampiro novamente avançou, desta vez defendeu a espada, mas um chute o fez voar contra uma parede mais atrás e cair novamente.

-Nada ainda? –Perguntou sorridente enquanto se aproximava balançando rapidamente a espada no ar, fazendo um ruído e retirando o sangue dela.

Por alguma razão seus ferimentos não se curavam, mas ardiam como se estivessem em chamas. Isso o desconcentrou da luta para olhar e ouvir a risada daquele novamente.

-Surpreso? Sua lâmina é feita com um veneno muito conhecido... que anula nossa regeneração. Incrível não? –Falava de maneira indiferente.

Cambaleante ainda se levantou o olhou bem para o vampiro à sua frente. Ele era conhecido, sentia isso no fundo de sua alma, mas de alguma forma não lembrava e isso parecia deixar o outro com mais raiva. Voltou a avançar contra Jin, que recebeu todos os seus golpes sem conseguir se defender, sentindo sua carne se abrir, seu sangue jorrar e seu corpo cair em chão ajoelhado. Por alguma razão aqueles movimentos lhe eram familiares, e num flash, se lembrou.

-Camael... –Disse para a surpresa do outro vampiro que parou seu ataque no mesmo instante.

Fang

A Kitsune e o Nogitsune - Ter Jan 31, 2017 3:26 pm

Tags:
#original

Autoria
De minha Autoria

Notas do autor escreveu: Espero que gostem da História.


Introdução:

"Quem disse que se apaixonar é algo bom, ou que se escolhe a pessoa certa ou no momento certo? Pois é... Não se sabe, e não foi diferente comigo quando vi aqueles olhos penetrantes olhando dentro de minha alma como se quisessem me engolir. Se foi bom ou não, só o futuro dirá, mas rezo para que seja menos doloroso possível."

Hagatsune

Capítulo 1: Despertar - Ter Jan 31, 2017 2:30 am

#original

Era um dia normal na cidade de Tóquio, o dia estava caloroso como um comum verão, sem qualquer nuvem no céu, um clima ótimo para qualquer tarefa, embora um tanto calorento. Era cedo ainda, por volta das 7 horas da manhã, e dentro de um pequeno apartamento, num prédio não tão novo, uma garota dormia tranquilamente em seu quarto escuro. Logo um som insistente começou a soar, fino e chato, até que uma mão se dirigiu ao mesmo, tateando a mesa de forma desorientada até achar o aparelho e procurar pelo botão que o desligava. Assim que o aparelho parou de tocar, alguns murmúrios eram audíveis e incompreensíveis, tamanho o sono da garota que se remexia na cama. Contudo, quando ela de fato olhou para os números vermelhos acesos do relógio, deu um pulo da cama, sentando-se rapidamente e olhando para eles com maior atenção. Sua visão ainda estava embaçada de sono e tentava focar e entender aqueles números, e quando focou, voltou a pular da cama, correndo de forma desengonçada pelo quarto até seu guarda-roupas e procurando por seu uniforme, mesmo sem enxerga-lo.

-Estou atrasada... Estou atrasada... Estou atrasada... –Repetia isso diversas vezes enquanto procurava por sua roupa.

Quando finalmente pensou em acender a luz, a garota era muito bela, com cabelos medianos castanhos, pele clara, olhos puxados negros, sobrancelha fina, estatura média, seios medianos, cintura fina, quadril bem formado, pernas sensuais, e estava com um cabide de roupas nas mãos que era de fato o que precisava. Colocou em cima da cama e começou a retirar suas roupas rapidamente, quase tropeçando ao retirar o short, porém o chutando e livrando o pé. Entrou no banheiro sem nem se preocupar em fechar a porta e terminou de se despir, prendeu o cabelo num rápido coque e abriu o chuveiro, colocando a mão para ver a temperatura da água, e entrando em seguida. Tomou um rápido banho, saiu do banheiro com a toalha enrolada no corpo e foi novamente até o guarda-roupa, abriu a primeira gaveta e pegou uma calcinha e um sutiã, ambos da cor negra. Vestiu-os e depois sua roupa, um uniforme da Sanada Tec., com o emblema da mesma em boton no peito esquerdo, um círculo com a sigla STc. dentro em vermelho. Foi até uma escrivaninha na parede ao lado do banheiro, nela tinha um computador simples, alguns livros de estudo e um espelho, abriu uma gaveta e pegou uma escova, terminando assim de arrumar seu cabelo. Nesse meio tempo já haviam passado 15 minutos e com isso seu desespero aumentou e saiu correndo para a cozinha, passando por um pequeno corredor antes quase trombando com a parede. Preparou um sanduíche rápido e o pôs na boca, pegando sua bolsa com seus documentos e correu para sair de casa.

No corredor, o mesmo não tinha janelas e somente duas luzes se acenderam quando seu sensor de movimento ativou. Era uma luz alaranjada e não muito boa, mas não impedia de se enxergar. O elevador estava no último andar, sétimo para ser mais exata, e não teria como esperar.

-Só para ajudar... Droga... –Pragou enquanto olhava para o número que não se movia embora tivesse apertado inúmeras vezes.

Olhou para o lado e viu a porta da escadaria, lhe dando a iniciativa de correr escada abaixo. Para sua sorte, morava no terceiro andar, e por isso não seria cansativo descer. A escadaria era menos iluminada do que o corredor, mas não a impediu de continuar, com um pouco de cuidado, mas ainda assim, rapidamente. Quando finalmente chegou no térreo, o elevador estava lá com as portas abertas e a garota parou ali para descansar, recuperar o fôlego, com as mãos apoiadas nos joelhos.

-Não acredito nisso... –Murmurava enquanto olhava para o elevador de portas abertas como se zombasse dela. –Não tenho tempo para isso. –Se levantou e saiu do prédio um tanto apressada, correndo na direção de um taxi que passava ali na hora. –Táxi!!!! –Gritou enquanto acenava e corria.

O táxi parou estacionando um pouco mais a frente, e assim que ela chegou, entrou no carro, relaxando assim que sentou no banco e respirou profundamente algumas vezes.

-Está tudo bem moça? –Perguntou o motorista a olhando pelo retrovisor.
-Sim, só... Recuperando o fôlego... –Respondeu respirando, e assim que conseguiu, olhou para ele. –Vou para Sanada Tec. –Informou seu destino e o táxi deu a partida, fazendo a garota se aliviar por finalmente estar no caminho.

Ambos estavam silenciosos durante o trajeto, e a garota ficou o tempo inteiro observando a paisagem, as pessoas andando na rua. Algumas apressadas, outras nem tanto, algumas conversando, outras rindo, falando no celular. Demorou cerca de quinze minutos até chegar no grandioso prédio feito de vidraças chamado Sanada Tec. Era uma construção que demonstrava poder e superioridade, além de belo. O taxi parou na porta e o motorista rapidamente parou o taxímetro, se virando para a moça.

-Deu 364,30 Ienes. –Cobrou.
-Ok. –Pegou sua bolsa, a carteira e retirou de lá as notas que precisava para pagar o taxista. –Muito obrigada. –Agradeceu saindo do taxi.

Finalmente estava na frente da grande empresa, onde qualquer um gostaria de trabalhar na vida. Era conhecida mundialmente como a melhor empresa de estudos relacionados à Terra. Haviam profissionais de todos os ramos necessários e os melhores deles. Nem sabia como havia passado na prova, mas estava muito feliz de estar ali. Adentrou passando pelas duas portas abertas, entrando no grande salão principal, onde no centro havia um balcão de atendentes, porém vazio. O piso era feito de mármore preto, tão bem limpo que refletia seu reflexo e de tudo que tinha ali. Mais ao fundo quatro elevadores dos mais avançados.

Olhava ao redor praticamente se virando em várias voltas de 360 graus, olhando tudo com toda atenção e admiração que pudesse ter. As grandes luminárias eram como se fossem o teto, não parecia ter lâmpadas, mas iluminavam bem e o ar condicionado fazia todo o calor de fora ficar fora.

Acordando do transe, pegou seu crachá na bolsa e o colocou preso na roupa. Nele tinha sua foto, seu nome e seu cargo –Sasaki Nanao, Auxiliar Químico. Começou a andar pela recepção à procura de alguém, mas acabou não achando se quer faxineiros.

-E agora...? –Se perguntava enquanto andava até o elevador sem saber ao certo se subia a procura de alguém ou se esperava ali mesmo. –Subo... Ou espero?

Sua mão foi em direção a porta do elevador a abrindo como um instinto, e acabou por entrar. Não faria mal se procurasse por alguém que pudesse lhe dizer onde ficava sua sala. Quando olhou para o painel do elevador viu muitos andares, de 1 a 20 e de a “a até d” e ficou mais indecisa ainda. Não sabia o que apertar, fechou os olhos e apertou qualquer dos botões. As portas do elevador se fecharam e começou a descer. Ele descia, descia e cada vez mais descia... Parecia que não pararia de descer nunca, quando parou num baque e abriu a porta.

Nanao olhou para fora ficando um tanto receosa. Ela estava num corredor comprido e mal iluminado. Algumas luzes estavam queimadas e outras piscavam tornando o lugar mais assustador. Além disso, as paredes eram de metal, como se quisessem isolar algo. Voltou para dentro do elevador e apertou outro botão, porém nada ocorreu. Era como se ele estivesse desligado, ou fizessem de propósito. Mas quem faria algo como aquilo? Balançou a cabeça afastando aquela ideia de ter um perseguidor e saiu do elevador, fechando sua porta e vendo o mesmo ir embora, funcionando.

-Mas o que?! –Bateu na porta algumas vezes irritada com o acontecimento. –Foi só coincidência... –Disse para si mesma para que não ficasse com mais medo ainda.

Olhou para trás, para o corredor, e engoliu seco. Fechou e abriu suas mãos algumas vezes, esfregando-as, e limpando o suor na roupa. Com pequenos passos, indecisos e medrosos, começou a andar para o único caminho que lhe estava disponível, chegando em algumas portas de aço grosso, mas passando pelas mesmas sem ter como abri-las. Conforme adentrava mais e mais além daquele corredor, ela encontrou alguns corredores paralelos que cruzavam com o que estava seguindo, mas preferiu não sair da reta para não se perder. Não sabia quanto tempo estava andando em linha reta, seus pés doíam e suas pernas já estavam bambas quando finalmente encontrou a última porta. Agora seria entrar ali ou voltar tudo de volta, visto que não encontrara com ninguém no meio do caminho e aquilo era muito estranho. Não sabia a razão pela qual continuou andando e andou tudo aquilo até chegar na frente daquela porta, porém, seus pensamentos sobre o porquê de estar ali foram interrompidos quando um laser vermelho passou por todo seu corpo como um scanner a assustando.

-Entrada permitida. –Falou uma voz feminina computadorizada e a grossa porta se abriu com num passe de mágica.
-Mas heim? –Ficou estática pasma olhando para a porta aberta e ao redor tentando entender como sua entrada fora permitida.

Nanao olhou para dentro com receio, estava tudo muito escuro, parecia que ninguém havia iniciado a sala, mas curiosa, adentrou ali, andando com cuidado pelo caminho estreito entre mesas de estudo e computadorizadas. Assim que chegou na metade da sala, as luzes se acenderam repentinamente a fazendo se abaixar e colocar as mãos para cima.

-E-eu não toquei em nada! Não vi nada eu juro!! –Falou sem ao menos saber se havia de fato alguém lá e como não houve respostas, olhou. Não havia ninguém ali, provavelmente as luzes eram acionadas por sensores de movimento, e riu sem graça, arrumando sua roupa.

Agora enxergando a sala, as paredes tinham canos bem largos e cabos de força grossos. Talvez para nunca faltar energia ali... O que tinha ali para precisar de tanta proteção e cuidados? Continuou andando pelas mesas até que viu alguns papéis em cima de uma, ao lado de um computador. Ao ler percebeu que parecia um relatório sobre fraquezas de algo... - Prata... Sol... Não come comida... parece ter anemia. Na outra página tinha mais detalhes – Super força, velocidade sobre humana, se alimenta de sangue (especialmente humano), enxerga no escuro, consegue ver as veias de sua presa... – Deixou os papéis de volta no lugar um tanto surpresa com o que tinha lido, achando estranho demais e percebeu que havia uma parte da sala que não estava iluminada. Se aproximou lentamente dali e assim que chegou bem próxima, percebeu dois pontos vermelhos em meio a escuridão. Parecia ser dois olhos a observando, mas aquilo era impossível. Devia ser coisa de sua imaginação, mas seu corpo parecia esfriar e suar, além de sua respiração ficar mais rápida e forte, como se estivesse com medo de algo.

-T-tem alguém aí? –Sua voz saiu alta, porém era evidente o medo que fazia tremê-la.

Uma luz azul iluminou aquela parte escura, saindo de algumas lâmpadas no chão e agora podia ver o que tinha ali. Era um tipo de aquário, com um líquido grosso ali dentro e vários grossos fios de cobre, algo semelhante aos cabos de suspensão de elevador, prendia alguém ali dentro. Seu corpo estava completamente amarrado com cintas de prata e em seu rosto uma máscara prendia especialmente sua boca. Sua pele parecia enrugada, talvez pela água ou não, mas... Como ele respirava? Bateu um desespero em ajudar, mas na mesma velocidade que se aproximou, parou ao reparar naquele olhar. Era de fato olhos aquelas luzes vermelhas que viu, e olhavam para ela como se fosse um pedaço de bife bem suculento. Ele não parecia conseguir se mover, então poderia se aproximar sem medo, e foi o que fez. Será que era algo tirado dos livros de mitologia que lia? Existia mesmo algo assim?

-O que é você? –Perguntou bem próxima do vidro temperado que os separava. Ele tinha total atenção sobre ela.

Aquilo era triste de mais de se ver, começou a sentir um estranho aperto no coração ao vê-lo preso daquela forma e uma estranha vontade de libertá-lo daquele estado deprimente. Ele estava magro, dava para ver seus ossos todos do corpo como se fosse um esqueleto com pele. Tocou com uma mão no vidro e ele olhou rapidamente para seu movimento, mas o que mais a assustou foram as bolhas que começaram a subir naquele líquido, muitas bolhas. Quando finalmente reparou no que acontecia, foi quando a mão dele foi diretamente onde a sua estava, e no susto, caiu de bunda no chão. Dali debaixo ela pode ver que aquele líquido estava sendo drenado rapidamente, e ele estava com a cabeça totalmente fora dele a olhando.

-Ai meu deus, ai meu deus... O que eu fiz?! –Desesperou-se rastejando pelo chão, de frente para ele até ficar de costas para uma mesa.

Assim que o líquido foi totalmente drenado, ele se soltou das cordas de cobre que o prendia ali e começou a bater com força no vidro, fazendo um barulho oco alto e que fazia o coração da garota parar a cada batida que ele dava, rezando para que ele não se soltasse. Quando ouviu algo se quebrando e estilhaçando pelo chão, Nanao saiu de onde estava e correu para a porta de saída, porém para seu azar, a mesma se encontrava fechada e mesmo se grudando nela e batendo com as mãos na mesma, ela não se abria e se quer ativava a voz eletrônica. Seu desespero era tanto que mal sentia dor nas mãos que já estavam esfoladas de tanto bate-las contra a porta de aço. Ela sentia aquele ser a observando e sua espinha gelava a cada momento como se soubesse que ele chegava cada vez mais perto, sem pressa para pega-la, afinal, para onde iria?

-Me deixe em paz! Por favor!! –Gritou em prantos praticamente desistindo de tentar sair dali, virando-se de costas para a porta e escorregando até o chão, sentando-se encolhida e com a cabeça abaixada.

O homem apenas se abaixou na frente dela e ficou a olhando pacientemente, embora seus olhos demonstrassem a fome que ele sentia. Mesmo que ele tivesse se soltado das cordas de aço, os laços de prata pareciam ter apertado e ele não conseguia mover os braços, somente se locomover, e não conseguia falar por causa da mordaça em sua boca. Ela levantou a cabeça e o olhou assustada e curiosa, mas agora de perto, via que ele parecia ser um velho, seus cabelos eram longos e brancos, sua pele toda enverrugada e seus olhos com olheiras e fundos. Ele fazia alguns murmúrios como se quisesse falar algo sem conseguir.

Suas mãos foram de encontro com aquela mordaça que impedia ele de falar, e sem saber exatamente como a retirava, tateou ela se esticando, mas sem chegar com o seu corpo próximo do dele. Os olhos dele olhavam para as mãos dela, sua íris aumentava e diminuía como as de um gato, e seu interesse ali era enorme, como olhar faminto. Quando finalmente achou o dispositivo que soltava, apertou e rapidamente afastou seu braço, o olhando agora sem aquela máscara. Embora com sua pele envelhecida, ainda sim o achava bonito. Seria esse o encanto místico de todo vampiro? A máscara caiu no chão e suas partes de prata ressoaram pela sala.

-Finalmente... –Falou ele pela primeira vez movendo a mandíbula como se estivesse cansado de ficar na mesma posição.

Sua voz era firme, demonstrava superioridade e muito diferente de sua situação frágil, não mostrava fraqueza. Era grossa, porém de forma hipnótica e viciante, como um dom natural de lábia ou boca de veludo.

-Você poderia me ajudar não? Essas amarras de prata estão machucando. –Disse de forma mansa, pedindo de forma emotiva chegando um pouco próximo seu rosto do dela, a fazendo recuar espontaneamente.
-Não sei se devo... –Murmurou em resposta ainda assustada com ele tão próximo, grudando-se mais contra a porta atrás de si. –Sem ofensas...
-Minha querida... –Deu um suspiro. –Você precisa me libertar. Sabe por que?
-N-não... –Murmurou quase fechando os olhos.
-Como achas que sairás daqui? Esperará alguém vir lhe socorrer?
-Sim.
-E realmente achas que se te descobrirem aqui sairás com vida? –Fez sua última pergunta olhando bem para o rosto dela e a viu se contrair em desespero. –Me liberte e te ajudarei.

A garota afirmou com a cabeça e o homem se virou de costas para ela, deixando-a ver a junção de todas as amarras de prata num único ponto no centro da coluna. Era como se todos saíssem daquele ponto e se dividissem pelo corpo, prendendo-o por completo. Seus dedos foram diretos para aquele ponto, embora este não tivesse nenhum tipo de botão, algo lhe dizia que era ali e assim que tocou, sentiu como se uma agulha picasse seu dedo indicador e assim que uma gota de sangue melou a região, todas as amarras de prata se soltaram do corpo dele e entraram para dentro de uma bala que saiu de suas costas e caiu no chão bum baque surdo. O corpo do homem também baqueou, para a frente e para trás, até que caiu de cara no chão, completamente inerte assustando a garota.

-Oi...? –Perguntou assustada, se aproximando do corpo lentamente enquanto seus olhos observavam cada centímetro do corpo dele, tentando encontrar algum movimento. Ele não podia ter morrido, podia? Seu rosto estava de lado e seus olhos abertos estáticos, fitando algum lugar.

Aproximou sua mão do nariz dele para saber se estava respirando e não sentiu nada, depois colocou próxima da boca dele, e também nada. Quando foi retirar sua mão de perto, ele a segurou com força rapidamente a fazendo soltar um grito e tentar se afastar desesperada.

-Engraçado como vocês são desprovidos de instinto... seguem mais seu racional e por isso tentam ajudar um vampiro. Não é de muita sabedoria. –Dizia ele enquanto voltava a se levantar segurando firmemente o pulso de Nanao e o puxando forte, fazendo-a se aproximar dele deslizando pelo chão.
-Não! Por favor! Eu te ajudei!! Me deixe ir! –Pedia aos prantos e gritando tentando mudar a ideia dele.
-Pense assim: Eu estou te ajudando. –Sorria mostrando seus longos e finos caninos pontiagudos. –Não vai doer.

Ao dizer isso, ela via em câmera lenta os caninos dele se aproximando de sua pele, encostando e facilmente perfurando e a sensação que lhe deu foi como de uma leve picada, mas sentia seu sangue sendo drenado e uma estranha fraqueza tomar conta de seus membros. Seu braço não puxava mais o pulso, mal se sustentava e sua visão começou a turvar. Antes que apagasse percebeu ele se afastando de seu pulso, a soltando e sua mão indo de encontro com o chão, sem qualquer força. Ele agora rejuvenescia lentamente, seus cabelos ficavam mais sedosos, sua pele se curava das feridas causadas pela prata e ficavam mais joviais e sua massa muscular era recriada; tirando a visão de seus ossos.

Ele olhava para ela praticamente deitada no chão, sem conseguir se mover, e lambeu os lábios; satisfeito. Se abaixou pegando-a por baixo dos braços, nas axilas, e a levantou com facilidade, retirando-a da frente da porta e a deixou sentada em uma das cadeiras apoiada na mesa. Ela observava tudo sem conseguir fazer nada e de forma assustada quanto ao que acontecia. Ele colocou as duas mãos sobre a porta e começou a tentar abri-la, fazendo-a ranger e abrir aos poucos. Sua força era tanta que sua musculatura tremia. Quando finalmente a porta foi aberta e escancarada, um alarme começou a tocar alertando todo o prédio de sua fuga. Pegou rapidamente a garota e pôs sobre o ombro como um saco de batatas e começou a correr pelos corredores daquele labirinto. Virava para um lado, para o outro, seguia reto, e nada de encontrar o caminho certo. Os guardas começavam a chegar com suas armas em mãos, preparados para qualquer confronto. Suas roupas eram apropriadas para aguentar uma luta contra um vampiro, suportando sua força e a prova de balas. Eles se agrupavam em uma estratégia com combate muito bom, os que ficavam na frente abaixados cuidavam de uma barreira de energia, e os de trás eram responsáveis por fazer o inimigo morrer antes de chegar neles.

Seus olhos vermelhos passavam por cada inimigo à sua frente, e sentia o cheiro do medo de cada um deles, algo que lhe atiçava mais a fome. Eles não atiravam, mas também não o deixavam passar, o que o preocupava em como encontraria a saída.

-Solte a garota vampiro! –Gritou um dos guardas, este era mais encorpado, mais velho e tinha um distintivo dourado.
-E eu tenho cara de burro? Ela é meu ticket de saída desse inferno! –Respondeu o vampiro sorrindo.

MushraTG

Bastet - O Crepúsculo - Ter Jan 24, 2017 9:37 pm

Capítulo 1 - Metamorfose

#original


Gabriel abriu seus olhos pela manhã, mas não fora o despertador que o despertara, mas sim o som de uma mensagem. Seu celular o avisava de um e-mail, uma resposta de um de seus primos no Brasil. - Isso!! Pedro conseguiu o que eu precisava pro projeto! - E quase num salto desajeitado ele caiu da cama e com certa dificuldade se levantou, caminhando até a escrivaninha que ficava não muito distante da cama. próxima à porta. O jovem de seus dezessete anos, havia pedido aos primos uma ajuda com um trabalho da escola. Ele tinha de armar uma espécie de árvore genealógica, porém ao invés de expressar nela os sua ancestralidade por meio de pais e avós, ele devia mostrar a sua descendência étnica. Gabriel vivia viajando com a mãe, esta que era advogada de uma multinacional. Ele e a mãe se mudaram para os Estados Unidos, e agora ele tinha o que precisava para seu primeiro trabalho escolar. Ele perdera a primeira semana de aula por causa do atraso na viagem, porém ele teve acesso ao que precisava graças a um vizinho que estudava no mesmo colégio. Como esperava, um de seus primos lhe trazia boas notícias, alguns documentos, e até fotos, falando sobre as heranças indígena e africana do lado de seu pai da família. Sua mãe por outro lado era descendente de portugueses e japoneses, fazendo assim com que houvesse um bom material a se trabalhar no projeto.

Ele procurou os outros materiais, organizando-os numa pasta com o parte escrita e as fotos, até que estava tudo pronto e arrumado. Toda a sua procura descendência estava descrita ali, para que pudesse se apresentar. Afinal ele não estaria apenas apresentando um trabalho, mas estaria se apresentando para a turma. "Quem liga para popularidade?" Era algo que ele certamente pensava, mas sabia o valor de um bom entrosamento social. Este seria seu último ano antes da faculdade, e com certeza ele teria que se esforçar bastante para poder completar os requerimentos de aceitação. Ele tinha boas notas, faltava apenas as atividades extracurriculares, e é claro que ele teria de arranjar algo que lhe fosse atrativo, mas antes teria de chegar à escola e conhecer os clubes. Gabriel não gostava muito que lhe incomodassem, gostava do seu espaço pessoal e de respeitar os limites e ser respeitado. Com isso ele se preparava psicologicamente também, indo tomar banho e se arrumar. Iria com uma calça jeans, uma camisa regata vermelha com estampas de tigre, tênis  esportivos negros, e é claro, uma jaqueta de couro preta, fina, só para não passar frio, pois lá não era como em sua terra natal, tropical. Seu instinto lhe fazia ficar apreensivo, afinal os americanos eram famosos na internet por serem xenofóbicos, pensava ele. Mas a questão era, não o conheciam, e ele falava inglês fluente sem problemas, então não haveria o que temer certo? E assim ele foi melhorando suas expectativas, indo do quarto para o corredor, descendo as escadas da bela casa colonial e indo para a cozinha, onde uma arrumadeira contratada pela mãe, fazia-lhe o café da manhã. - Bom dia Juanita. - Diria ele num tom amigável e com um sorriso no rosto, se aproximando para beijar o rosto da mulher de meia idade com vestes simples que estava ao fogão.

- Ai Gabriel, que coisa, desse jeito dispara meu coração menino. - Disse Juanita corada e arfando um pouco, parecia que ele a havia surpreendido. - Nossa, desculpe, eu não tinha a intenção de chegar de fininho. - Disse ele rindo um pouco sem jeito e se sentando à mesa. - Parece animado, hoje vai à escola? - Indagou ele trazendo panquecas com manteiga e mel à mesa. - Sim, acho que vou de carona com o Dylan, pelo menos ele disse que viria cedo. - Respondeu o jovem fazendo um gsto de oração com as mãos juntas antes de comer. - Ele deve chegar logo, são quase dez para as sete. - Afirmou ela sorrindo satisfeita, vendo como ele devorava a comida com satisfação estampada no rosto. Gabriel tinha por volta de um e setenta e cinco, pouco mais de sessenta quilos, cabelos e olhos castanho escuros, pele morena, cabelo meio ondulado, beirando o liso, e os olhos um pouco puxados. Ele não costumava sorrir para todos, na verdade, apenas quem o conhecia de fato ganhava a chance de vê-lo sorrindo, pois ele preferia se manter neutro quanto aos outros, ou quando não gostava de alguém apenas o olhava de forma que deixava isso bem evidente. Era um jovem sincero, em seus sentimentos e em suas ações, o que para alguns era um problema, para outros um traço bom.

Algumas buzinadas seriam ouvidas do lado de fora, e nisso o jovem quase engasgaria. - Deve ser ele. - Disse Gabriel limpando a boca à pressas, pegando sua mochila que havia deixado na poltrona da sala de estar ampla e iluminada, e saindo pela porta da frente branca. - Qual é cara? Vamos chegar tarde! - Resmungou o jovem de pele clara, roupas um tanto foscas em cinza e marrom, que tinha a cabeça raspada e uma voz um tanto desanimada. Ele dirigia uma caminhonete, um tanto velha, mas em bom estado, que estava parada à frente da casa, esperando por Gabriel. - Você que está atrasado. - Retrucou ele entrando no lado do passageiro. - E você tem calda ou sei lá o quê escorrendo pela boca, mas eu não estou te julgando. - Emendou Dylan, o que fez Gabriel olhar torto para ele enquanto pegava um lenço cinza em seu bolso da jaqueta e limpava a boca olhando no retrovisor. - Mentira, tinha nada não. - Disse o outro rindo e Gabriel apenas suspirou, enquanto saiam dali rumo ao colégio. Não tardaria para eles chegarem, e rapidamente estacionassem a caminhonete vinho. - Vamos logo. - Disse Gabriel já saindo do carro, deixando Dylan para trás. - Meu carro não tem fechamento automático... E ele já foi... - Dizia o amigo que ficara para trás, fechando as duas portas antes de rumar para a escola.

- Ufa... - Gabriel correu um pouco até chegar à sala de Estudos Sociais, e lá deparou-se com a professora, uma senhorita, de pouco mais de trinta anos, de pele negra e com cabelos cacheados ao estilo Black Power, que trajava roupas sociais de cor bege. - Presumo que seja o senhor Miyamoto. - Disse a professora com um sorriso, e nisso Gabriel apenas acenou que sim com a cabeça e foi procurar um lugar para se sentar. Nisso alguns o encaravam, garotas comentando sobre ele, alguns garotos olhando-o em reprovação, outros curiosos, e é claro que alguns risos ou comentários maldosos aconteceram, mas ele não tinha o porque de ligar para isso. Pouco depois Dylan chegou à sala, e a professora o parou com um leve gesto da mão. - Onde está sua mochila, senhor Maxwell? - Assim que ela fez essa pergunta, Dylan que estava ofegante por correr, simplesmente murchou em desânimo. - Ficou no carro... - Ele preparava-se para dar meia volta, quando a professora tocou em seu ombro. - Melhor se sentar... - Disse ela e alguns alunos riram.

- Bem alunos, temos alguém novo na sala, e ele é de fora do país. Eu sei que alguns de vocês já estão comentando entre si, por causa das chamadas e é claro por causa da entrada súbita dele, mas não, ele não é do Japão, mas sim do Brasil. Temos a apresentação de um trabalho hoje, que tal se contasse um pouco sobre você e sua família e depois você pode entregar o projeto? Por que não vem aqui na frente se apresentar? - A professora fez o esperado, chamando-o, porém Gabriel que já havia se sentado em uma das carteiras ao meio da sala, se levantou prontamente. - Eu sei do projeto, me informei com um vizinho que estuda aqui, eu tenho algo pronto se não se importar. - Afirmou ele levando à mesa da professora a parte escrita e então pegando consigo as cinco fotos que tinha. - Meu nome é Gabriel Miyamoto, tenho dezessete anos, e sou brasileiro. Essas fotos são dos meus bisavós. Por parte de pai sou bisneto de africanos da tribo Massai de guerreiros, e de índios brasileiros Tupi Guarani. Já por parte de mãe, sou bisneto de japoneses e portugueses. As fotos em sepia são dos meus bisavós paternos e da família do meu pai, as fotos em preto e branco são dos meus bisavós maternos e a família da minha mãe, já a foto colorida sou eu, minha mãe e meu pai. - Ele não perdeu tempo e começou a andar pela sala, deixando em cada uma das cinco fileiras uma das fotos, para que as passassem a diante. Seria então que uma jovem chamaria a atenção dele, era uma bela jovem de olhos verdes e cabelos cacheados longos, ela sorriu amenamente para ele, um sorriso agradável e singelo, e nisso ele se perdeu por alguns breves décimos de segundos. - E-eu, também gosto muito de Química e de Biologia. Meu sonho é trabalhar com preservação ambiental e eu também pratico artes marciais, o que eu acho que é meio obrigatório quando pensam num asiático, mas nada de jiu jitsu, se não acaba juntando esteriótipos demais. - O comentário dele arrancara algumas risadas, porém com certeza alguns riam mais dele ficando boquiaberto com a jovem da fileira da frente, do que com a piada de fato.


Os alunos continuaram rindo até que a professora limpou sua garganta e todos cessaram apreensivos. - Como a maioria aqui já notou o senhor Miyamura é meio comediante também, além de ser japonês, português, africano e indígena. Sua família deve ter uma bela diversidade cultural. - A professora tentou amenizar tudo, dando a chance de Gabriel explicar algo mais sobre a sua família. - A maioria da família em ambos os lados vive meio afastada, eu tive pouquíssimo contato com a minha avó materna e com alguns tios e tias paternos, fora isso as reuniões de família são quase sempre em casos raros. - Respondeu ele um tanto pensativo a princípio, mas tentando expressar-se um pouco contido. - Então presumo que a sua mãe tenha lhe ensinado um pouco sobre os costumes da família dela? - Continuou a professora, tentando ver se conseguia mais algo dele. - Bem, ela disse que meu avô morreu de câncer após a Segunda Guerra, ele era um dos poucos soldados que mantinham posição nos vilarejos ao redor de Hiroshima. Minha avó era bem conservadora e morreu faz pouco mais de um ano, ela me contava muito sobre folclore e histórias do passado. Era comum no Natal nós nos reunirmos na casa dela, eu, minha mãe e ela, para falarmos sobre essas coisas. Já do lado paterno, eu nem conheci meus avós, apenas meus tios, tias e muitos primos, muitos mesmo. Acho que daria para montar quase dois times de Futebol com eles. Meu pai morreu num acidente de barco, então tem sido só eu e minha mãe. - Gabriel não parecia abalado em falar de coisas ruins, na verdade algumas garotas pela sala olhavam com certo dó para ele, enquanto os garotos reviravam os olhos ou olhavam irados, como se ele estivesse sendo inconveniente. - Acho que é tudo por hora, senhor Miyamura, pode sentar-se ao lado da senhorita Oliver. - E nisso a professora apontou para uma carteira vaga à frente, logo ao lado da garota de olhos verdes. - Mas as minhas coisas estão mais para trás. - Murmurou ele um tanto baixo, quase inaudível. - Você fez um trabalho bem completo, e isso nem sequer era uma tarefa com um valor de nota alto, quero ver se é tão bom aluno no restante da aula. - E a professora sorriu desafiadoramente, não que ela fosse ameaçadora, apenas parecia querer testa-lo e com isso alguns alunos comentavam entre si. No entanto logo ele a acatou, Dylan voltou à sala de aula e foi se sentar atrás de Gabriel na segunda fileira da janela, à esquerda. A aula prosseguiu sem mais problemas, ao longo da manhã Gabriel se viu nas mesmas salas que a garota de olhos verdes, e agora um pouco mais descontraído sempre buscava sentar à frente, próximo a ela.

Era hora do almoço, e o que mais cativara a atenção de Gabriel, era a garota, "Senhorita Oliver", ela sorria para ele, e em diversas ocasiões pediu a ele emprestada a sua borracha ou seu apontador durante as aulas. Após pegar sua bandeja no refeitório, ele caminhava até a mesa onde Dylan se sentava, porém não tardou para algo acontecer. Foi rápido, alguém deixara o pé à frente dele, bem no corredor e ele tropeçou. O resultado foi desastroso, ele soltou a bandeja ao tropeçar, porém havia pego  um sanduíche natural e uma garrafa de suco, estes que não foram danificados pela queda, apenas fazendo barulho. Sendo que ele nem havia caído de fato, apenas perdera o equilíbrio, mas manteve-se de pé. Foi aí que um jovem um tanto corpulento, loiro de olhos azuis se aproximou, pegou a bandeja e a empurrou contra o peito de Gabriel, assim que ele encontrava-se ereto. - Bons reflexos Miyagi. - Falou em tom de chacota, enquanto alguns garotos próximos riam, todos vestindo uma jaqueta vermelha e branca, que parecia ser de algum time esportivo escolar. - Valeu, até que eu gosto do apelido, mas não é nada original, eu já ouvi essa antes. - Respondeu ele encarando o outro, e nisso alguns dos garotos se levantaram. - Ai meu Deus, ele vai morrer no primeiro dia. - Comentou Dylan de longe, já passando a mão na cabeça e com feição de tensão. - Se acha engraçado, macaco? - Indagou o loiro, e os garotos começaram a rir e se sentaram. - Engraçado sim, primata não, apesar que quem gosta de pregar peças e chamar a atenção são os chimpanzés. Mas pode ser ofensivo chamar você disso, eles devem ter mais educação que você. - Gabriel retrucou tranquilamente, e alguns dos garotos pareceram não entender, outros no refeitório gargalhavam, e terceiros simplesmente ficaram estarrecidos com o comentário. - Vou te mostrar como educamos novatos aqui. - Na mesma hora que o rapaz ia pegar Gabriel pelo colarinho, ele empurrou a bandeja na garganta do mesmo, fazendo ele recuar tossindo, porém derrubando seu almoço novamente, e um dos garotos de jaqueta pisou no sanduíche, rompendo a embalagem de plástico.

- Estão querendo ficar os dois de castigo? - Não demorou para um professor, um bem grande e musculoso por sinal, se aproximar deles, e nisso o murmurinho e as risadas acabaram. De qualquer forma Gabriel pegou a garrafa de suco, pouco antes de um dos jogadores chutá-la, e saiu de sorrindo, acenando um tchau para eles. - Você é doido, sabia? - Disse Dylan dando para Gabriel uma gelatina verde e uma colher de plástico, que seria talvez sua sobremesa. - Doido ou não, eu não gosto de deixar um babaca falar o que quiser sem uma resposta à altura. - Respondeu ele abrindo a gelatina. - Espero que tenha espaço pra algo além da gelatina. - Uma voz feminina se fez presente, e os dois garotos que estavam sentado ao fim do corredor se viraram surpresos. - Oi, não precisava. - Disse Gabriel, enquanto a garota, a tal Senhorita Oliver, dava para ele metade do seu sanduíche natural. - O-oi... - Disse Dylan um tanto nervoso, gaguejando e suando. - Oi Dylan, eu conheço você desde a quinta série e você sempre fica assim. - Comentou ela rindo e se sentando ao lado direito de Gabriel. - Eu não perguntei o seu nome. - Afirmou Gabriel, logo após juntar as mãos em sinal de oração e começar a desembrulhar o lanche. - Nathalie, Nathalie Oliver. Mas a senhora Silva já fez o favor de dizer meu sobrenome. - Disse ela arrumando o cabelo por cima da orelha esquerda. - Acontece, acho que você viu aquilo. - Comentou ele um tanto encabulado. - Só o suficiente pra imaginar que estavam pegando no seu pé. Aquele é o Noah Parker, é o capitão do time de Lacross e é meio babaca sim. Ele só não meche comigo porque é meu ex. - E nisso Nathalie sorriu para Gabriel, olhando-o nos olhos e depois pegando seu celular que parecia ter recebido uma mensagem. - Minha irmã precisa de mim, eu já vou. Bom almoço. - Ela rapidamente se levantou, levando consigo sua bandeja, sorrindo para Gabriel novamente. - Eu não acredito, no primeiro dia você arruma uma briga com o Parker e ainda chama a atenção da ex dele. Cara, eu diria que você é incrível, se eu não achasse que ele quer realmente te matar agora. - Dylan comentou, e nisso olhou numa dada direção para onde Gabriel também olhou e lá estava Noah, olhando fixamente para ele e falando "Eu vou te pegar", lentamente, por meio de linguagem labial. - Ele não vai fazer nada, relaxa. - Comentou Gabriel com desdém, começando a almoçar.

Tudo correu normalmente, e agora Gabriel arriscava falar um pouco com Nathalie entre as aulas, e ao fim das aulas, ele foi se inscrever me um dos clubes, sendo este o Clube de Química, para então ficar na primeira atividade do clube. No entanto a professora responsável tinha um compromisso, e os membros foram dispensados. - Eles nem me disseram o nome da professora, só falaram que não teríamos atividade hoje. - Dizia ele andando ao lado de Dylan, quando no estacionamento foram abordados por Noah e outros quatro jogadores de do time de Lacross. - Acho que ele não vai, não fazer nada. - Comentou Dylan e dois dos jogadores já vieram na direção dele, afastando-o de Gabriel, que em alerta desviou do caminho deles. - Está gostando de falar com a minha namorada, Miyagi? - Indagou Noah já estralando os punhos. - Ex namorada, e pelo que me consta o que você chama de "dando um tempo", foi um belo pé na bunda, porque você é um babaca. -  Respondeu Gabriel despreocupado e na mesma hora Noah veio para cima dele com um soco, porém ele se defendeu com o braço esquerdo em guarda e deu um jab de direita, acertando em cheio o nariz do outro. - Filho da puta!! - Exclamou o jogador enciumado, com o nariz escorrendo sangue. - Nariz de vidro, e olha que você joga um esporte de contato. - Mal Gabriel fez seu comentário e os outros dois jogadores vieram pra cima dele, em meio à saraivada de socos desengonçados dos agressores ele não conseguiu contra-atacar, apenas se defendia, até que um dos que seguravam Dylan o acertou na nuca, desmaiando-o. - Ele não fez nada, vocês que começaram! - Exclamou Dylan se soltando o outro que o prendia sozinho, e indo para perto de Gabriel, quando foi empurrado no chão por Noah. - Ele vai ter a lição dele, ninguém meche com Lacross, e você vai ficar quietinho, se não será o próximo. - Ameaçou Noah, conforme os quatro outros jogadores pegavam Gabriel desacordado e o colocavam no porta-malas de um carro preto de modelo esportivo. - Esse macaco vai ter o que merece. - Comentou Noah limpando o sangue em seu nariz com a manga de sua jaqueta e entrando no carro com os outros.


Assim que Gabriel recobrou a consciência já estava sendo tirado do porta-malas e jogado em algum lugar, ele não via direito, estava zonzo. Ele sentia grama em baixo das mãos, um pouco de frio, além de estar escuro e haver sons de grilos, certamente era de noite e estava em algum lugar arborizado. No entanto ele mal se fez de pé, e alguém o atacava. Eram chupes, pisões, além mesmo pauladas com bastões de Lacross. Ele não sabia quantos o agrediam, para ele eram muitos, mas só haviam cinco ali de fato. - Está gostando macaco sul-americano de merda?! Heim?! Gosta de bancar o esperto?! Gostou de quebrar o meu nariz?! - A voz era de Noah, com certeza, mas logo a dor tomou conta, não havia o que fazer, seus ossos se partiam, seu sangue se mostrava presente, em feridas abertas e brotando pela boca. No entanto havia algo diferente, além das dores dos golpes, havia outra dor presente. Esta começou em seu peito, com seu coração acelerado e logo uma ardência tomou conta de suas veias, como se o seu sangue começasse a ferver. Aos poucos seus ossos começaram a estalar, não porque eram golpeados, mas porque se partiam e se expandiam de dentro para fora. A seguir foram seus músculos, que também começaram a se romper e a se refazer, aumentando de tamanho e fazendo sua pele saltar e se mover estranhamente. Em poucos instantes ele começou a urrar de dor, eram seus dentes, e suas unhas que davam-lhe a sensação de serem ferro quente em contato com a gengiva e os dedos. Um dos jogadores chamou a atenção dos demais, de que algo estava errado e logo eles pararam, e Gabriel se retorcia no chão, rolando e parecendo convulsionar. - Parar?! Está com peninha dele? - Noah estava decidido a continuar o espancamento, até que Gabriel urrou, porém seu som era inumano, era como um animal demoníaco ou algo que só se vê em filmes de terror. Aos poucos ele começou a se levantar, rosnando, grunhindo e arfando, seu corpo ainda estalava e fazia sons estranhos, porém agora era como se estivesse se reparando da surra para poder ficar de pé.

Os olhos dele cintilaram amarelados e de íris fina como a de um gato, tal qual sua boca exalava um odor forte e emitia vapor quente. Seu porte estava maior, e mais musculoso, não muito, mas o suficiente para se notar a mudança, além de que seus dentes eram agora presas e seus dedos tinham longas unhas, como garras. Seus olhos encaravam Noah diretamente, aqueles olhos amarelos felinos, que reluziam como ouro no escuro, gradativamente reduziram os espancadores a desesperados que corriam por suas vidas aos berros. Com suas orelhas esticadas e seu nariz encorpado, ele percebeu a posição de quem o interessava, e partiu num único e poderoso salto. Ele então correu, ainda parecia um humano, mas sua velocidade era absurda, tal qual ele se aproximou de Noah e o pegou pelo pescoço com tamanha facilidade com sua mão esquerda. - Desculpa, desculpa!! - Exclamava o capitão do time, aos prantos como uma menininha chorona, encarando uma face de olhar selvagem com cabelos avermelhados e mais longos, um tanto mais crespos. Rosnando mais e respirando quente à face de sua presa, o ser demostrava ter alguns pelos de cor bege crescendo em suas costeletas. No entanto, quando estava prestes a acertar com sua garra direita a barriga do jovem, um tiro ecoou no campo aberto onde estavam. Uma dor aguda seguida de uma sensação de dormência tomou conta das costas e logo do corpo todo da criatura, que caiu ao solo, gradativamente voltando ao seu estado humano. Dois indivíduos então se aproximaram, um homem e um jovem. O homem se aproximou de Noah e o conduziu até uma espécie de arquibancada, e lá deu a ele algo para beber, para se acalmar, e nisso o mesmo desmaiou. - Retiro o que disse antes, você não ia morrer, você ia matar. - O jovem era Dylan, e ele tentava erguer Gabriel, até que o homem que o acompanhava o ajudou, e juntos eles o levaram para a floresta.

Yoko Nakamura

Domínio - Um Kitsune em Busca de Liberdade - Qui Abr 07, 2016 3:17 pm

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De minha autoria

Introdução:

"Tudo começou quando eu era somente uma criança...

Eu vivia num belo castelo, localizado no Makai (mundo espiritual lar dos Youkais) no território do Norte, onde havia a única área verde de todo o Makai. Neste território, a diversidade de raças eram enorme, porém ainda sim era um território cheio de paz. Ao menos na época de reinado de meu pai.

O Makai é dividido em quatro territórios principais: o Norte, o Sul, o Leste e o Oeste. Porém, somente os dois territórios maiores, o Norte e o Sul, tinham subterritórios menores, que se estendiam pelos outros dois territórios principais, o Oeste e Leste. Estes eram: Noroeste e Nordeste, Sudeste e Sudoeste. Os outros dois principais territórios tinham um subterritório cada, estes se localizavam no centro do Makai, sendo estes: Centro-Leste e Centro-Oeste. Por cauda dessas divisões, o Makai vive em guerras, pois cada líder quer ter mais domínios e melhores condições de vida.

O Território do Norte é o melhor pra se viver, com rios, florestas e clima tropical.
O Território do Sul é o o mais frio, tendo águas congeladas e neve em toda sua extensão.
O Território do Leste é o local das montanhas rochosas, onde normalmente passaros vivem.
O Território do Oeste é o local mais escuro, tendo clima quase inabitável onde somente os realmente fortes sobrevivem.

Todos os líderes são Dai-youkais, sendo o principal requisito para ser um.

Eu nasci no território mais fácil de se viver. Eu e minha família somos Youkais do tipo raposa, ou seja, Kitsune e eu herdei a força de meu pai, ou seja, sou um Dai-youkai, podendo futuramente me tornar líder deste território.

Sempre fui um garoto estudioso, que gostava de treinar acima de tudo, e alegre. Até chegar o dia que meu pai encontrou um braço direito. Ele era confiável, tinha boa lábia e planos pro futuro. Mas ele percebeu algo em mim, uma força extraordinária e por causa dela, eu teria que ser mantido preso.

Ta certo que eu já não tinha muitos amigos, sempre que eu ia brincar acabava machucando alguém... Mas isso não era de mais?

Vivi toda minha infância longe dos outros, somente um servo tinha permissão pra me ver e cuidar de mim, e não tinham mais contato com ninguém que não fosse meus pais. Eu pensava que esta era a pior época de minha vida, meu pai vivia brigando comigo, eu não parava de estudar e me revoltar e isso acabou se tornando um inferno...

Quando virei adolescente, comecei a fugir de casa para aproveitar um mundo que eu não conhecia, começar a viver mesmo as escondidas. Isso foi bom? De início foi a melhor coisa. Entrar em brigas, disputas, trapacear, enganar... Tudo era diversão e tudo eu aceitava experimentar. Voltei pra casa algumas vezes machucado, mas quem se importava?

Conforme fui crescendo, as brincadeiras foram mudando e agora a disputa não era mais uma simples vitória, era também uma noite de puro prazer. Algumas fêmeas da especie gostavam de assistir os machos duelando e após a vitória, elas se deitavam conosco como premio.

Um dia, onde sempre fazíamos os duelos, eu vi uma garota que a muito tempo não via... E ela estava la e me olhou sorrindo. Quando venci, ela se ofereceu pra ser meu premio e eu aceitei. Ela foi a única amiga que eu pude ver mais tempo que os outros antes de ficar em completo cativeiro. Ela ia la me visitar e agora estava ali na cama comigo. Claro que fizemos algo... Eu ansiava por ela de uma forma que eu não entendia, porém algo que nenhum de nós esperava aconteceu. Nos ultimos instantes antes de terminarmos o que fazíamos, ela disse que me amava e uma fúria violenta se apossou de mim e quando percebi, minha mão estava encharcada de sangue, o cheiro era tão forte que quase me fazia vomitar e a feição dela era de tranquilidade. Eu gritei... Eu urrei... A dor que eu sentia era tanta que era como se eu tivesse transpassado meu próprio peito e não o dela...

Voltei pra casa em colapso, não havia brilho em meu olhar, somente aquela sombra de morte e assim que entrei em casa, meu servo veio até mim me acudir. Mal consegui falar com ele, somente aceitei o que me falava e acatava tudo, deitando na cama após um banho dado por ele e dormi.

Anos se passaram e matar, caçar, torturar só faziam cada vez mais parte do meu dia a dia. E eu me arrependia? Não. Já estava tomado pela fera. Todo youkai, até os dai-youkais (principalmente estes) tem um lado fera e um lado racional. Se o youkai fortalece muito o lado da fera, ele é completamente domado pela mesma e deixa de raciocinar como um ser pensante e segue seus instintos fielmente.

Foi o que aconteceu comigo..."


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